DEFINIÇÃO
A distrofia simpático reflexa (DSR) é uma condição caracterizada por dor e queimação, edema ou inchaço, e alteração da coloração da mão. Também chamada mais recentemente como “dor de manutenção simpática” e inclui outros diagnósticos como causalgia, distrofia de Sudeck, e síndrome ombro-mão. A DSR ocorre devido a um distúrbio no sistema nervoso simpático, um sistema ou rede de nervos de estímulo autônomo e inconsciente que controla o fluxo sangüíneo e também a atividade das glândulas sudoríparas (suor) da mão e do braço. Quando este sistema repentinamente torna-se hiper-ativo, ocorre uma dor em queimação na mão associado a intenso inchaço e suor quente. Se não tratada, a DSR pode causar rigidez e dificuldade extrema do uso da mão.
Fig. 1: Exemplo clássico de uma mão com a fase inicial de distrofia simpático reflexa.
CAUSAS
Em alguns casos a causa da Distrofia Simpática Reflexa é desconhecida, mas freqüentemente é causado por uma lesão traumática na mão, punho, antebraço, cotovelo ou em qualquer segmento do membro superior. Os sintomas também podem aparecer após um procedimento cirúrgico, principalmente na mão ou punho. Outras causas incluem a compressão de um nervo da mão, infecção, câncer, problemas cervicais, derrame cerebral etc... Estas condições podem causar dor no membro superior e desencadear os sintomas da Distrofia Simpática Reflexa. As lesões nervosas podem modificar o trajeto pelos quais os impulsos nervosos são emitidos, ocasionando um “curto-circuito” (fig 2).
Fig. 2- Esta figura demonstra que uma lesão nervosa pode causar um “curto-circuito” no sistema nervoso resultando em hiper-atividade simpática e conseqüente sintomas da DSR.
SINAIS E SINTOMAS
A dor usualmente associada à Distrofia Simpática Reflexa é descrita como dor em queimação. A presença de edema excessivo, associado à dor resulta em rigidez articular. A Distrofia Simpática Reflexa apresenta três fases:
Fase 1 (aguda) - Pode durar até três meses. Os sintomas incluem dor, inchaço, aumento de calor na parte afetada e suor excessivo. Pode haver o crescimento mais rápido das unhas e pelos da mão. Outra característica importante é a dor ao movimento das articulações da mão afetada.
Fase 2 (distrófica) - Pode durar de três a doze meses. O inchaço é mais constante, as pregas cutâneas da mão podem desaparecer, a temperatura da pele torna-se menos quente, e as unha tornam-se quebradiças. A dor é mais difusa, a rigidez articular aumenta e a parte afetada torna-se muito sensível ao toque.
Fase 3 (atrófica) - Ocorre após um ano. A pele na área afetada agora é pálida ou descorada, seca e brilhante. As articulações da mão estão extremamente rígidas, a dor é menos intensa e a recuperação da mobilidade articular é menos provável.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é realizado quando estão presentes pelo menos três dos seguintes sintomas: dor excessiva, sinais de alteração circulatória, edema, rigidez articular e alterações cutâneas. Pode ser confirmado com exames como a cintilografia óssea.
TRATAMENTO
O mais importante para o sucesso do tratamento é o diagnóstico precoce. Três formas de tratamento podem ser necessárias: medicação, fisioterapia e cirurgia. Para reduzir os sintomas e bloquear os estímulos simpáticos, pode ser necessária a injeção de anestésicos locais no gânglio estrelado (fig 2). Também pode ser realizada a colocação de um torniquete na base do braço e uma medicação vasodilatadora é injetada em uma veia do membro afetado junto com um anestésico local. A fisioterapia tem um importante papel no tratamento da Distrofia Simpática Reflexa, na recuperação dos movimentos e também no alívio da dor. Ocasionalmente pode ser indicada uma cirurgia para tratamento de uma lesão ou compressão nervosa e também para ganho de mobilidade articular.
Clínica da Mão ao Cotovelo
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26/06/2017